quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sentou-se diante do papel vazio e escreveu:


- comer
- olhar as frutas da feira
- ver cara de gente
- ter amor
- ter ódio
- ter o que não se sabe e sentir um sofrimento intolerável
- esperar o amado com impaciência
- mar
- entrar no mar
- comprar um maiô novo
- fazer café
- olhar os objetos
- ouvir música
- mãos dadas
- irritação
- ter razão
- não ter razão e sucumbir ao outro que reinvidica
- ser perdoada da vaidade de viver
- ser mulher
- dignificar-se 
- rir do absurdo da minha condição
- não ter escolha
- ter escolha
- adormecer
- mas de amor de corpo não falarei.

Depois dessa lista ela continuava a não saber quem ela era, mas sabia o número indefinido de coisas que podia fazer.

Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres

Um comentário:

João Menéres disse...

Uma lição para a vida de cada um.
Gostei muito, mesmo muito.