Olhar-se ao espelho e dizer-se deslumbrada: Como sou misteriosa. Sou tão delicada e forte. E a curva dos lábios manteve a inocência. Não há homem ou mulher que por acaso não se tenha olhado ao espelho e se surpreendido consigo próprio. Por uma fração de segundo a gente se vê como a um objeto a ser olhado. A isto se chamaria talvez de narcisismo, mas eu chamaria de: alegria de ser. Alegria de encontrar na figura exterior os ecos da figura interna: Ah, então é verdade que não me imaginei, eu existo.
Clarice Lispector in A Descoberta do Mundo
Um comentário:
Volta e meia me deparo com um texto de Clarice Lispector que adoro e esse é um deles.
http://indo-em-espiral.blogspot.com/
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